que o tempo abandonou
às intempéries
pois,
já não sinto o frio
da madrugada
transformada
em nada
e sou chão que gerou
o pó de estrada
que o vento
bravio
espalhou
para longe…
Sou rocha
que a água devora
constantemente
como mágoa
que chora
o seu presente…
Sou rocha
que o vento fustiga
em rajadas
inclementes
quando a chuva desaba
e desabriga
as minhas vestes
de basalto e carinho
penitentes!
Sou rocha
e já não sinto
a escuridão
do silêncio
quando o dia se apaga
como se o lampião
se esvaísse
sem forças
e se afundasse
por fim
na água.
Rosa Alentejana

Sem comentários:
Enviar um comentário