domingo, 23 de fevereiro de 2014

À deriva


O meu corpo esqueceu
os recantos que procurou
no teu

A mágoa sabe-me a tudo
o que resultou
do teu mundo

O céu sereno, sem saliva,
ausentou-se dos beijos
imigrantes da lascívia

Os dedos do tato
apagaram-se
da pele
em lampejos
e esqueceram-se,
tontos,
dos desejos!

A frase da poesia
perdeu-se na ousadia
dos dias…vagou
pelo mar da incerteza,
à deriva…

Até as palavras
murmuradas
à beira dos teus sentidos
se retraíram,
envergonhadas
em suspiros rendidos…

Não te procuro
porque já não seguro
a vontade
do teu colo quente
onde aguardava o embalo
que calo
silente!

Apenas flutuo
num barco vazio,
vadio,
cujo mar é chão
e eu…tatuo no meu rosto
esta minha solidão!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

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