quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Poema vazio


Sinto-me poema preso
na árvore do desassossego,
já foi verde,
hoje é seco
e como outono esmaece,
fica solto e sem vida
em tons amarelados
e aos poucos transparece
nas penas dos meus tristes fados…
não dorme o sono dos justos
por não ter alegria
e sofre do abandono
a que o amor o acamou um dia…
se houvesse justiça dos poetas
de cartola e martelo na mão
a Morfeu me entregaria
para viver só na minha solidão…
mas eu…
sou poema algemado ao vento
minha bússola
é o lamento
e oriento-me pelo desprendimento
cravado no coração!
Meu viver foi deitado ao rio frio
e o meu corpo é o vazio
das palavras a correr…
sombrio…
sem ti para me aquecer!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

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