sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Arte de mordiscar…te


Mordisco o lábio da palavra alada,
como quem lambe o infinito
da verdade segredada, desejada…
não é ruído, nem grito, nem nada,
é o murmúrio embargado,
colado à tez do verbo soletrado
em sílabas silenciosas,
perfeitas como rosas harmoniosas
de inverno, exalando o perfume eterno
de quem sabe o que quer!
Mordisco a carícia dos olhos,
quando coloco cada acento circunflexo
no modo de escrever cada verso,
na forma de embarcar no amplexo mudo,
mas inteiro,
quando fazemos sexo,
entre aspas…
porque cada gesto perde-se
quando te afastas!
Mordisco levemente o luar dos teus beijos,
transportados nas estrelas cadentes
das reticências dos meus desejos,
lambuzados de indecências escondidas…
abandonados à sorte da escrita…
onde morro a cada novo anoitecer!
Rosa Alentejana

(imagem da net)

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