domingo, 16 de fevereiro de 2014

Paixão telúrica


Encosto o meu passado à beira da estrada e continuo o meu caminho.
Vejo com os olhos do rosto que as bermas estão pintadas com verdes puros e castanhos inebriantes…e com os olhos da alma, no meu pensamento, vejo o tom rosado do por que o sol entornou nas tuas faces…
E toda eu sou destino em nuvens de odores soberanos, incrustada em instantes do matiz do girassol, porque te venero em cores gritantes quando calas os meus lábios num suave arrebol.
E sou erva macia onde te banhas e te espraias…bravia quando te entranhas e contigo me arrastas!
E sabem-me os olhos ao azul que abraço nestas águas correntes, tal como o sangue me circula em torrentes de vontades ardentes…
E adoro quando desbravas a pureza das ervas em erupção, tal como a tua beleza surge renovada em cada estação. Quanto mais o tempo passa, mais te amo com a alma do coração…
E sei que não há lugar mais doce onde possa pousar estes olhos de menina a sorrir, da mesma forma que tu passas as formas mais perfeitas sujeitas às retinas que por ti sempre estarão a florir…
São estes olhos rendeiros da colheita do pão que abandonas à boca do meu coração. É com eles que vejo esta estrada segredada à beira do meu destino, sem certezas, mas com paixão!
Rosa Alentejana

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