segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Da morte das minhas fantasias


Já as estrelas caíram sobre o telhado
e as sombras passeiam nas ruas,
ainda o meu medo, sentado ali ao lado,
festeja à face pálida da lua
e mata as minhas fantasias!

São gritos mudos pintados a silêncio
nos olhos da noite escura
que me quebram a brandura
em mil estilhaços e tu…
nessa ausência crua…num mistério
que me arrepia…

Leio-te no sossego das mãos geladas
e acolho esse vento norte no casaco de lã
porque de água salgada são os meus olhos
e de ti sobra-me a palavra vã!

Maltratas-me as horas
e as correntes bravias
são de ferro nos punhos
onde me encerro
e não entendes
que dilaceras a pele
do devaneio que prendeste ao meu mundo!

Improváveis
são os dias em que me perco sem rumo
e mesmo com o sorriso nos lábios
ainda o dia vai na madrugada
e já eu sinto o cheiro do fumo das chaminés
da noite fria
e do medo escondido
mesmo ao meu lado!

Rosa Alentejana

(imagem de aniazulada.wordpress.com)

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