Sei
quantas frases são necessárias
para toldar o meu olhar em lágrimas
e o ritmo tenso e frágil
na galeria do meu desassossego
quando o luar, ágil,
me consome a letargia e me envolve
no medo…
Sei
quais as garras desesperadas
pela minha carne em sangue
e as lágrimas de limão e brasas
que me fustigam músculos e falanges…
Sei
como a ausência em choque
na delinquência dos dias
me achincalha e me morde
na morbidez da amorfia…
Sei
mas sinto que morro
no desejo enfadado dos saltos
para o vazio sem socorro
dos montes, dos rios, dos planaltos…
Rasgo-me ao meio pela dor
que resvala na roda da vida
e num cansaço mudo de um grito
limpo as gotas de suor
à luz dos olhos…do mito!
Rosa Alentejana
(imagem de hookupopen.blogs.sapo.pt )

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