Ao ritmo dolente das folhas do loureiro
Percorrem meus olhos a vida passada
Relembro a pureza do amor primeiro
Sinto Zéfiro nos meus cabelos negros
Percorrendo docemente a minha pele
Beijando ternamente meus lábios
Numa meiguice cândida que me envolve
Nem o sabor embriagante da boca de Dionísio
Me traz o prazer, (me inebria) e cega como outrora
Nem a escrita de Hermes me tira o juízo
A coerência torturante que me enamora
Abro os braços à Saudade e recebo Apolo
Sucumbo nas suas tempestades mil
Envolvo a minha tristeza no seu colo
Brado em silêncio pelo teu nome… (já débil)…
Desfaleço, por fim, num sonho insano
Onde sou a tua rainha…a tua princesa
Bebo do mel do teu cálice profano
E acabo assim com a minha tristeza
Desperto na varanda onde adormeci
Defronte da janela larga e iluminada
Releio os versos com que antes sorri
E acabei adormecida,( sem dar por mais nada)…
Rosa Alentejana
(imagem de www.abril.com.br)

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