sem o vestido de risos que me vestias…
E este cansaço que agora me envolve
é fruto inerte da cor da dor
que pintaste no negro dos meus dias!
Converto em sal as minhas lágrimas
que absorvem, bravias,
o arremedo do mal,
e com elas tempero as feridas
que me correm nas veias…vadias!
Acaricio a pena, com a qual me escrevias,
e num bulício de horas mortas
escuto o som que tantas vezes rangia
no papel amarrotado das nossas bocas…
Estou nua do teu abraço
e o frio tomou conta da minha pele…
rompendo-a como mar em corrupio,
desgastando-a…corroendo-a…
Ah! Frangalhos de palavras mortas
nos malfadados verbos!
Trouxessem eles a cura
com as brasas soalheiras do calor
ao meu corpo…
E eu não teria que habitar neste pesadelo,
neste tormento,
neste viver…
morto!
Rosa Alentejana
(imagem de carlinhosdiario.wordpress.com)
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