sexta-feira, 1 de junho de 2018

Sonha…


Tiveste a sorte nua da lesma
subindo pelo musgo
da parede branca

a casa está em ruínas
o mato verde
toma conta do quintal

e a mesma pele sonha
com um raio de sol
beijando o azul e o areal

as estrelas orvalham a noite
e tu, sedenta e húmida
mareias os verbos

numa poesia que entorta
a língua, num passeio
profundo ao fundo do mar

de beijos inesquecíveis
pingando todo um oceano
lentamente, lentamente

como se o mundo esperasse
o amor feito de casca
ou de casulo, a borboleta ideal…

capaz de aconchegar um poema
uma redondilha maior
num pedaço de raiz que conforta

e sonha, sonha ser real!

Rosa Alentejana Felisbela
01/06/2018
(imagem da net)

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