Levanta o véu do sorriso
e espreita a retina
- não existe o paraíso –
perdeste o semblante
de menina
escondes o sal, a espera
na derme na rede
engelhada
a dívida, o soluço, o mal
nessa rosa entalhada
proferes a palavra
- amor - como quem cala
o pão na boca esfomeada
e divide-la em segredo
pela senzala
- escrava da solidão -
tu que és como opala
solta a sílaba da língua
e deixa-a voar até ao céu
porque aí é livre - a mágoa -
que trazes no peito
- cicatriz do cinzel -
relembra a luz obreira
das veias dos versos que trazes
talha no mármore da vida
a razão – companheira
do que fazes!
Rosa Alentejana Felisbela
20/06/2018
(imagem da net)

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