quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Salvação


Perdi o meu sorriso naquele caminho que não chegou ao meu horizonte de esperança. Procurei nos montes, escondido entre as árvores, no casebre indeciso que o sol abrigou, até no pó da estrada gerado pelo tormento que o vento arrastou…mas o sorriso, não se mostrou! Encontrei, no casebre, um papel amarrotado pelo tempo e atirado para um canto da imaginação, de um lado tinha escrito o lamento, do outro tinha a palavra “não”… Voou sem asas pela lembrança sem malícia…mas do sorriso, nem notícia! Derramei o olhar sobre uma janela aberta, transbordei os sentimentos no interior do salão atormentado, mas os olhos estreitaram-se na palavra incerta, escondida no frasco onde a rosa seca, chorava de mágoas presa numa prisão de arame farpado, esvaída! Mas o sorriso…não encontrou saída! Tomei, então, a liberdade de agarrar no pó dos dias, espalhado na estrada abandonada, e no vento tresloucado da pouca vaidade do ser, acocorado nas ramagens das árvores, e fiz um ninho de sol entrançado de mar... E quando o pássaro da razão se aninhou no bolso de trás das minhas calças velhas e desgastadas, encontrei o sorriso na vontade feliz de uma criança pura, que cura, a minha salvação!

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