sábado, 10 de agosto de 2013

Manta de retalhos


Olho para o meu horizonte
E apenas vejo uma manta
De retalhos aqui defronte
Nada mais na vida me espanta
Apenas os verdes e castanhos
Tons da minha terra sofrida
Uns cosidos com enganos
Outros com linha corrompida
Cada recorte feito com perícia
De quem costura ao serão
Unido a outro com malícia
E a outro com pontos de solidão
Alguns sobram em desassossego
E que hei de fazer-lhes então?
Sei que não devo criar apego
Aos que me podem trazer desilusão
Mas qual zelosa costureira
Costuro com os olhos a arder
Pois não passo de verdadeira
Observadora do TEU viver
E ainda que os meus olhos chorem
Costurar é o meu destino
Retalhos de palavras que te chamem
Meu amor, meu amante, meu menino…


(imagem de http://www.diplomatatours.pt/imagens/hoteis_de_charme/alentejo.jpg)

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