sábado, 10 de agosto de 2013

Gaivota perdida...



Concentrada no céu alentejano
Sentada na rocha que dá vida
Bafeja-me um delírio profano
De uma gaivota que vem perdida

Rodopios de sombra e cor
Envolvem o meu triste olhar
Roçar de asas, olhar sonhador
Num simples e manso piar

Se a gaivota me trouxesse
O teu céu e a brisa do mar
Talvez em mim coubesse
O desejo de novamente amar

Mas só o vento acaricia
O trigo, o girassol e o chão
E tal como uma magia
Arranca-te da minha mão

E torno a ver-te… voar
Partir para longe da ilusão
Foi bom? Soube-me a mar
A sal das lágrimas do coração

Pousam meus olhos no sol poente
Esperança roubada, mais uma vez
Pés confinados ao meu presente
Na certeza apenas…do talvez!


(imagem de www.cristianecardoso.com)

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