quinta-feira, 24 de abril de 2014

Tua “domus”



Sou-te horizonte
aconchegado
de luz quente
em mornos braços

Sou-te madrugada
mansa
em boca madura
de fruta desfolhada

Sou-te noite
mistificada a beijos
imprudentes
e sem mesuras

Sou-te razão
em ténues tons
aprisionados na abrasão
dos nossos passos

Sou-te rosa
bordada nos dias
de pano cru da cor da prosa
que borbulha em sinestesias

Sou-te alameda
debruada a rosmaninho
perfumada a flor-de-laranjeira
e lá no cimo, sou-te ninho…

Sou-te o rosto iluminado
da casa que te recebe
neste corpo alado
que te mata a sede

E sou-te alma em verso
num poema articulado
no silêncio do olhar
do meu inverso

É aí que me revelo
e me perco no desvelo
de te esperar
sempre!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário