Sou-te horizonte
aconchegado
de luz quente
em mornos braços
Sou-te madrugada
mansa
em boca madura
de fruta desfolhada
Sou-te noite
mistificada a beijos
imprudentes
e sem mesuras
Sou-te razão
em ténues tons
aprisionados na abrasão
dos nossos passos
Sou-te rosa
bordada nos dias
de pano cru da cor da prosa
que borbulha em sinestesias
Sou-te alameda
debruada a rosmaninho
perfumada a flor-de-laranjeira
e lá no cimo, sou-te ninho…
Sou-te o rosto iluminado
da casa que te recebe
neste corpo alado
que te mata a sede
E sou-te alma em verso
num poema articulado
no silêncio do olhar
do meu inverso
É aí que me revelo
e me perco no desvelo
de te esperar
sempre!
Rosa Alentejana
(imagem da net)

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