terça-feira, 15 de abril de 2014

Povo errante


Contam-me as cores do mar
Dos naufrágios dos marinheiros
Presos às redes do amar
Nas proas dos barcos sobranceiros
Onde as quilhas sussurrantes
Em delírios de amantes
Cortavam errantes as águas
E cobravam aos mundos as mágoas…
Apenas guiados pelas estrelas
Das sereias devassas e risonhas
Murmurando ao ouvido das belas
Moçoilas, em golfadas de ar estranhas
Quimeras mentirosas
Plenas de sortilégios peregrinos
Pétalas de sonhos e rosas
Parecendo autênticos…meninos!
Que a sorte é madrasta e trouxe
Estes homens de músculo e rubor
Pelo esforço, ao porto ancorado…
E lágrimas de puro amor
E beijos de algodão doce
Na tristeza do fado ensaiado!
E cansados de navegar
Além-tejo e mar distante
Trouxeram nas mãos um Império invulgar
A melancolia de um povo errante!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

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