quarta-feira, 16 de abril de 2014

Âncora


Inspira-me o cheiro do mar
na confiança pardacenta do dia

Ah! esse poema que sinto ondulando
nas ondas dos verbos, em acrobacia,
percorrendo a linha do horizonte
numa lembrança incandescente,
por força da alegoria
onde o teu olhar é explosão de amor,
embatendo nas rochas
que formam o abismo
do meu pensamento…

O coração fica flutuando,
como barco perdido,
nas boas-vindas da minha praia,
aguardando que as palavras
de luar envolvido vão amarar
ao desejo dessa tua baía de verde faia

E sinto-me farol com braços de luz
traçando o caminho dos teus braços,
dobrando o cabo da boa esperança
deste lençol de mar com todo o carinho,
esperando ouvir o marulhar dos teus passos,
neste leito de algas ancorado ao por do sol
do miradouro solitário,
onde florescem as cores rosadas deste fado,
escrito em vagas de sargaços
em tons de fogo e ouro!

Embarca pois, pronto para o meu navegar
na caravela dos sonhos
onde um dia me deixei abalroar
e segue o sul do ponto marcado pelas minhas mãos,
vogando elas como velas, rimando, remando
como a brisa ao ritmo do teu nome,
âncora enlevada que me consome…
e me faz sonhar!

Rosa Alentejana
16/04/2104
(imagem da net)

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