sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ponto final


Sou esse verso meigo que te afaga
ternamente e com toda a inocência
mesmo no simples toque da reticência
ou na frase-chave que nunca se apaga

Sou essa vírgula, que tal como adaga,
corta a suposição sem qualquer ciência,
fazendo verter toda aquela sapiência,
do amor que a bom-porto traz cada vaga

Mas quero ser o ponto final que te cerca
com beijos nas margens de cada estrofe
e que nenhum se acanhe, ou se perca

nem se fique pela simples apóstrofe
rogada em silêncio e deixando a marca
num quase-amar nessa linha limítrofe!

Rosa Alentejana
29/05/2014
(imagem da net)

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