quarta-feira, 14 de maio de 2014

Palácio do teu ser


Grafitei o muro que tens no olhar
com palavras rasgadas, de alma cheias,
mas no silêncio de um soluço aceso
por uma promessa no altar
sobrou-me apenas
o cheiro a incenso
das palavras alheias....

Encheu-se o grito abobadado
de sinais de pontuação,
e eu exangue,
rasguei o fado
na renda do andor
onde amarrei o meu perdão

Na agressividade compulsiva
por uma cama de amores vazia
plantei a calma soalheira
na borda da oportunidade onde fiquei cativa
e enfeitei a punhos cerrados
a má sorte que amofinas
e me envolve, tão fria…

Bebi dos sinos rimados
a música da brisa que tens nas mãos
mas nem um som, um carinho,
um afago
perpetuaram o luar
do meu caminho
neste imenso turbilhão


Porque eu um dia quis conquistar
o palácio inteiro do teu ser,
mas faltaram-me palavras
para evangelizar
esse céu que eu, um dia,
sonhei acontecer!


Rosa Alentejana
14/05/2014
(imagem da net)

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