Que a oração do teu olhar
abençoe a minha boca
no altar
do desejo
que sempre me toca
quando te vejo...
Que a súplica da minha pele
se reflita no brilho
que tens na vontade
e que ao matares a tua sede
possas provar
o pecado da minha carne!
Que a bênção do teu cálice
se derrame
sobre a corola do meu ser
e que, sem disfarce,
reclame
o néctar que tenho
para te oferecer!
Que seja eu a deusa
venerada
pelo céu das tuas mãos
e ao mesmo tempo a causa
do alumiar dos teus serões
em versos de louvores
e incensos de mil cheiros
e cores…
Que sejas tu o deus
bendito
que inflama os poemas meus
e que ilumina cada verso
escrito
como vela chamejante
em altares ateus…
Que sejamos estrela e lua
num firmamento sem fim
numa cúpula em que o espaço
etéreo
perdido de mim
se torna no nosso abraço
suave como cetim!
Rosa Alentejana
24/05/2014
(imagem da net)

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