segunda-feira, 5 de maio de 2014

Remissão


Perdoa-me
o tracejado dos dedos,
fogachos envenenados,
percorrendo a pele
da fantasia!

Perdoa-me o som desatinado,
talvez,
do gemido arrebatado
pelo sentir da embriaguez!

Perdoa-me o calor venerado
pelos abraços,
na valsa dos sonhos
desalinhados,
pólos opostos,
separados
do toque que se quer
sedutor!

Perdoa-me os delírios dos dias
em que, louca,
troco as minhas alegrias
pelo branco puro
dos lírios
das frases escritas
em jardins de poesias!

Perdoa-me a omissão
do beijo
quando a dor
pincela o céu estrelado
com o negrume da cor
da saudade
a que fico presa,
sem caução!

Por fim, perdoa-me as madrugadas
em que as tardes se transformam
em desejos de ternuras desvairadas
pelas noites…
dias e dias…


Rosa Alentejana
(imagem da net)

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