segunda-feira, 19 de maio de 2014

Presente


Tenho a lamuria
Dos dias correntes
Nas mãos cheias de fúria
Por um sopro, um som
Recorrentes
Da tua boca, do teu corpo
Como frágeis ecos sonoros
Vertidos dos poros
Da tua pele
Que me cala
E não me acalma
Apenas exala

E por tanto te querer
Tanto desejar
Tanto te inspirar
E não te ter
Nem tocar…

Repetem-se as senhas
E palavras secretas,
Mas só as luas
Conseguem ultrapassar
As fases tristes
E as frases discretas
Da solidão

Porque eu sonho
E tu sonhas,
Mas nada se altera.

Pergunto-me por que razão
Não se cumpre a distância
Desta ânsia
Da comunhão…

É dos meus olhos serenos
Que bebes a fantasia

E é dos teus olhos pequenos
Que se alimenta
A minha parca harmonia…

E como metades de um todo
Sem paz
Continuamos distantes
Nessa vontade que se faz…
Presente!

Rosa Alentejana
19/05/2014
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário