sábado, 18 de janeiro de 2014

Rio de prazer

Aguardo desesperada
pelos trilhos do sol, posto nos teus olhos…
Porque a fímbria dos dias
escorre-me entre os dedos,
plantada em campos de nuvens,
como é apanágio do cansaço…
Carrego a ânsia na trouxa
acesa à beira da estrada
e aqueço-me na luz imponente
da vela periclitante
que me guia
entre a Alma, minha…
e o instante em que cintilo
nas tuas mãos!
Porque morro na morte da semente
da sede
que em mim brota sempre
que o silêncio é a melodia
certa
entre as nossas bocas
e o ventre…
É a coberta que apazigua
e une
a língua ao amanhecer
e a pressa que toca
nas docas do leito
do rio
do nosso prazer!

Rosa Alentejana
(imagem da net)


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