Imperfeita é a mão marginal dos dedos que trago, onde a pena mais não é, que um final doído e doido da “menina especial” que um dia fui na tua, enlaçada nas letras, enlaçada nas prosas…
Imperfeito é aquele verso vertido no vale consciente da partida, por tão parcos caminhos de tão parca vida, por tão banal despedida encetada e antecipada pelos passos cansados…
Imperfeito é o choro, que chorando me chama para a velha chama de brasas ardidas, de cinzas derretidas, murmurando a nossa música, achada no crepitar da chuva que ouço nas vidraças de algum lugar…
Imperfeito é o pó que apodrece aos poucos os poros dos sonhos medonhos, sem sequer ver os pirilampos a brilhar na pobreza da lua, sem parcimónia, na penumbra crua, do quarto escuro de minha alma…
Imperfeito é o que sinto na solidão do soneto, na saudade secreta do terceto, ou no sonoro som da seta inquieta da prosa silenciosa que se assemelha à centelha vinda do teu sabedor saber…
Imperfeito é este esquecimento constante, que me aprisiona e dilacera o semblante, num ínfimo instante, num fino fio de fuligem cobrindo o rosto de negro sem luz, numa vertigem vã…fluindo para este papel.
Imperfeita…sou eu!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

você não tem nada de imperfeição,
ResponderEliminarmesmo com os sapatos na mão,descalça
pois, será sempre a Rosa perfumada
com a felicidade e o amor no coração!