Tentei descobrir quantos hemisférios
tem a palavra,
como se só pudesse dividir-se
em duas metades
traçadas pelo meridiano
dos sintomas vasculares,
mas subentendi
os seus sentidos.
Percebi que ela tem, em si,
a anacronia da alma
e a hereditariedade de cada desejo,
numa amálgama
de sístoles e diástoles.
Ela submete-se à navegação
do sangue,
de acordo com as marés
da arbitrariedade,
pois é esférica.
E cada um dos seus lados
depende da vontade
de quem a atira
como dado
do jogo da poesia.
A mensagem voa
sobre esse mar
coberto da multidão
de letras
escolhidas ao acaso
pelo poeta!
A palavra
é livre
de se expressar.
Rosa Alentejana Felisbela
(foto minha)

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