quinta-feira, 13 de março de 2014

O azul do sol


Não se passa um só dia
sem que o passado
me passe pelas mãos
de percalços enfeitados
a papel e laços!

Desembrulho cada segundo
com a avidez de uma criança
e aguardo o desenlace,
como um vício
que não me cansa!

Numa dessas oportunidades,
saíste-me na quermesse
ofertada pelo olhar,
com novidades nas mãos e eu…
fiquei encantada,
neste inebriado admirar…

Com toda a delicadeza,
acariciei o meu presente,
com receio que a incerteza
te esfumasse da minha frente…

Hoje leio-te em versos
feitos de luar,
embriagada pela noite serena
que se deita no teu belo olhar
e sinto uma gula desmedida
por viver os momentos
vestidos de futuro
nas nossas vidas!

Lambuzo-me da tua ternura
e amarroto o tempo
na folha de papel madura…
um dia,
a nossa hora
irá determinar o instante
em que o azul do sol
irá brilhar!

Rosa Alentejana

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