segunda-feira, 3 de março de 2014

Carência


Comportam-se perante o pêndulo
do relógio doido do tempo que passa
E como aves a quem cortaram a asa
vão voando naquele voar incrédulo

Aguardam o dia langoroso vindouro
em que o vazio de corpos afastados
num côncavo e convexo, encaixados
será o prazer original e duradouro

Então, voarão pelo céu vermelho fogo
numa dança condenada à inocência
nessa pureza arrebatada, nesse jogo

onde esquecerão, perdidos, a coerência
libertando cada gemido no epílogo
do final dessa desmedida carência…

Rosa Alentejana
(imagem da net)

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