terça-feira, 3 de março de 2015

Tanto


Já te desfiei tantos colares
de prosas
em meigos versos…

Tantas contas caíram
perto do teu chão,
e nem uma floriu
ou aflorou beijos dispersos
dessa boca tão longe
e tão perto de mim!

Será que contaste com os sonhos
cobertos de pétalas coloridas
que desabrocharam da minha mão?

Ou contaste as contas
espalhadas nas expressões
de pensamento
regadas pela minha emoção?

Será que os versos plantados
ao rigor dos tempos
se tornaram colheita fecundada
da tua estação?

Imagino os campos onde escreves
ramos e ramos de eloquência…
e mói-me
a saudade corrosiva da dependência
acreditando
que todo o adubo
do dicionário se tornou leve
para quem, como eu,
esperava tanto…

Rosa Alentejana
03/03/2015
(imagem da net)

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