sexta-feira, 20 de março de 2015

primaveril


No fio negro e magro e comprido
onde pouso os olhos da minha janela
sentou-se o arrulho dos pombos
e os pardais, num esvoaçar desgovernado
e desavergonhado,
batendo as asas debicaram num pio feliz
e avoado
o nome da primavera
naquela árvore,
mesmo ali ao lado.

As margaridas afastaram os olhos, arfando,
envergonhadas,
e qual moçoilas casadoiras,
coraram em segredos namorados
entre elas
já que o vento arruaceiro e arrogante,
que levantou o vestido das papoilas
e polinizou beijos despudorados
nas suas pétalas insinuantes
piscou-lhes o olho
escondendo-se atrás do sol
nesse momento
triunfante!

Rosa Alentejana
20/03/2015
(imagem da net)

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