quarta-feira, 20 de maio de 2020

Noites serão

É sempre a mesma treta
A janela aberta
O cão que ladra
E rouba, não freta
E o estúpido do dono
Mudo de tão calado
E eu que não me mudo
Farta da rua deste lado
Sou a vizinha ideal
Não me queixo
Nem me desleixo
Mas não sou especial
Sou a que escreve
A que lê
Esquece o DVD
E a televisão
Sou a música ao serão
Nos phones sem ruído
Não sou como o cão
Aquele bandido
De latidos na boca
Que me deixa louca
Quando quero dormir
Quando a manhã chega
Abro a porta
E sorrio
Bom dia! Noite não…

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)

Sem comentários:

Enviar um comentário