sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Coimbra, 29 de julho de 2016


A sonoridade da viola
acaricia-nos os ouvidos
como bruma envolvendo
a cidade, em cada canto
em cada abrigo

Soltam-se os pombos emproados
debicando as migalhas
de alegrias, de tristezas, de saudades
pousando nas calçadas
ou voando ao som das palavras

Juntam-se as capas negras
sobre os ombros de olhos cansados
que a noite foi longa
enquanto as vozes se afinam
quando passam casais de namorados

E o sorriso de cada passo
reverbera na gargalhada
da criança, do velho
para a foto que fica
para sempre
registada.

Rosa Alentejana Felisbela

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