segunda-feira, 6 de junho de 2016

Corvos


Mantenho o segredo
sereno
das searas douradas
no meu rosto,
enquanto o estio nefasto
te afasta de mim,
nas asas dos corvos

(perpétuos calvários)

vestidos das sombras
dos poemas…

Já perdi o perfume
das açucenas
trazido pela barra
onde o teu nome
refletia o meu!

E o sol moldado
a barro morrente
nas minhas mãos
desmorona-me as rimas
sem arte…

Ainda o sabor que a mina refulgia
num simples sorvete
melado de amor
se abre ao abraço
sem margem
num desassossego
triste
e sem calor...

E sussurram as águas
a canção muda
que o Guadiana
silenciou…

Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

1 comentário:

  1. Mantendo o segredo sereno,
    das pétalas exala perfume
    nesse seu corpo moreno
    sem da Rosa ter queixume.

    A Rosa é uma flor,
    para desabrochar
    ela precisa de calor
    e água para não murchar!

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