terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Insónia



Derrama-se uma enorme sombra na parede
branca e cuidada do meu pequeno quintal
Ergue-se a lua gigantesca por trás da rede
que separa a minha casa do cerrado canavial

Um gato mia o seu cio de versos em falsete
enquanto os olhos adquirem o brilho infernal
e em 7 saltos dos telhados rumo à parede
vive 7 mortes em 7 tempos, 7 vidas no final

E arrepiam-se os pelos dos braços e da nuca
quando ouço uivar os lobos em sons enfadonhos
Infiltram-se nos ouvidos como música maluca

que atormenta os pensamentos sem quaisquer sonhos
como se só existisse a noite que me magoa e machuca
e me amortalha em pesadelos doidos e tristonhos.

Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

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