Quantas vezes adormeço no casulo dos meus olhos
aguardando a metamorfose dos pensamentos
em asas cobertas de sol, cor e liberdade…
Quantas vezes embalo o coração numa morna melodia
e aconchego a dor da liberdade aos ouvidos
enquanto me sobra uma réstia de sobriedade…
Quantas vezes alinho a caligrafia
aos cantos das folhas de papel e mar,
enquanto a maré submerge a magia da liberdade…
Quantos miosótis caem em bátegas de chuva
nestes ombros, na queda serena e sôfrega da liberdade
com que escrevo cada revolução enamorada…
Quantos segredos do tempo arvorados na metonímia,
rio que corre sem parar, me sufocam
e se esvaem num sopro de liberdade…
E eu preciso do colo caloroso dessa alegria,
dessa implosão de ideias, onde o mistério se instala
sobre as letras, sobre o corpo, sobre a alma…
Minha fraga, minha vaga que me amara e me liberta
e me acorda, vezes sem conta, minha liberdade!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

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