sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Mais uma página


Ontem escrevi para ti mais um texto, mais uma quantidade de frases vistas e revistas com os olhos da alma, onde depositei a fome das letras, os longos dias de chuva onde não há verbos…
Tantas foram as metáforas encontradas para explicar o meu desejo pelas vogais da tua boca, pelas reticências abrigadas nas pálpebras dos teus sonhos, que caíram relâmpagos rejubilando nos olhos das estrelas, como se fossem um temporal de sorrisos!
Engravidei os parágrafos, na organização das ideias, e expliquei-te a tristeza da ausência das tuas mãos, a displicência das sílabas quando te afastas demasiado tempo…mas tu não te importas com a pressa que tem a chuva ao cair dos olhos do céu, nem te causa transtorno o enrugar da copa das árvores plantadas mesmo em frente da tua casa!
Eu sei, foi apenas mais um texto acoplado à carência de mais uma página, mais uma metamorfose do relógio barulhento da biologia da minha escrita…mas, quero que saibas que apesar das promessas ao sol (que um dia há de brilhar para mim) eu sei que te olhaste ao espelho, sorriste o teu sorriso triste e continuaste o teu caminho.
Porém, tomei a liberdade insana de reservar mais uma tranche de versos grávidos de amor e guardá-los na lembrança da tua fonte…espero que um dia os rasgues se não houver retorno, mas, por enquanto, abraça-os e deixa-os nascer, não vá a fonte secar!

Rosa Alentejana
21/11/2014
(imagem da net)

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