domingo, 16 de novembro de 2014

Parágrafo da vida


Foi na história de hoje
e não noutro lugar
que caminhei sobre as linhas
deste caderno de folhas brancas e lisas
e me insurgi contra as palavras
onde parei
e te olhei nos olhos
de um poema por construir.

Eu sei que são feitas de raiva
esmagada pela fé e banhos de luz
as minhas mágoas
e, por isso, soletro fases
em que me abraças,
desenho letras nos beijos da tua boca
mas, em lugar algum te encontro!

Mas hoje…hoje cruzei os passos
pelo parágrafo parado da minha vida,
e numa bola de neve cada vez maior
embrenhei-me na saudade
e escrevi o poema perfumado
a amendoeiras em flor
do hálito da tua boca,
e embriagada,
reproduzi
o filho que te ofereço
no amor
de te olhar!

Rosa Alentejana
16/11/2014
(imagem da net)

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