sábado, 9 de novembro de 2013

Vazio como a manhã na minha fé



Acordei com a tristeza sentada na beira da cama,
só porque o altar do meu leito estava vazio da firmeza da tua manha…
Consumi a manhã num trago frenético e apressado,
fumando o gesto esquelético e ousado, com as mãos a tremer,
como se o mundo não autorizasse o cheiro a café e canela da tua nuca!
Manchei o vestido com o olhar profundo que ecoa dentro de mim…bolas!
A nódoa trespassou a minha fé!
Agora, vou ter que colocar a rosa na lapela
e mais uma oferenda aos pés do teu vício!
Acho que assim, vou ter de volta o teu olhar
na concha das mãos que escrevo a negrito e na valsa da sobrancelha arqueada…
mas de esguelha! Não vá o diabo conspirar contra os meus passos de dança
e colocar a paisagem vazia na minha sala!
São gestos híbridos, maquiavélicos,
que não me canso de orar antes de sair na tarde do ocaso
de um dia te entender!

(imagem de nofimtudoeumapiada.wordpress.com)

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