sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Pedaços de céu



Transborda-me o mel da imensidão
Deste oceano de desejo ardente
Neste delírio de fome incoerente
Que padece desta doce escravidão

Provinda dos teus lábios incoerentes
Quando balbucias a tola perdição
Que é sentir o enorme turbilhão
Da polpa dos meus dedos exigentes

São pedaços de céu rendido
Sem perdão, num terno abandono,
Quando te confessas perdido

No nosso leito de dossel atrevido
Emoldurado por este fulgor profano
Mas revelado no amar desmedido!

Rosa Alentejana


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