sábado, 26 de novembro de 2016

Portugal, Portugal...que futuro?


Ah! Meu País de brandos costumes
De homens e mulheres conformados
Ser Português é faca de dois gumes
Tanto somos heróis como somos coitados

Quando usávamos barcos de papelão
Para dobrar as tormentas dos cabos
Ficavam as mulheres com magro quinhão
Alimentando de lágrimas pobres diabos

Mas hoje alimentamos todos os bancos
Cuidamos os ricos e até os afortunados
Aguentamos (se aguentamos!) solavancos
Ficamos felizes sonhando não ser enjeitados

Porque “antes a morte que a má sorte”
E acreditamos que “tudo um dia irá mudar”
E vibramos com a festa, que nos reconforte
A procissão, os foguetes, a banda e o bazar

Das cruzadas ficámos com a cruz dourada
No peito peludo dos homens corajosos
E pagamos promessas de joelhos na calçada
Mas continuamos com os olhos chorosos

Porque a fome ainda grassa pelas ruas
E embora estejamos na época do Natal
Nós, mudos e quedos, mesmo às arrecuas
Procuramos um D. Sebastião… um líder especial!

Rosa Alentejana Felisbela
(foto de Ana Viegas)

5 comentários:

  1. Belo poema cara amiga Rosa Alentejana Felisbela.Deixa me dizer te que não vale a pena esperar,
    por nenhum herói,nem nenhum salvador, cada um de nós tem de acreditar em si mesmo.Essa é a meu ver,a solução.

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    1. Acho que tens razão, só depende de nós acreditarmos em quem somos e que somos capazes!
      Obrigada pela atenção
      Rosa

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