quarta-feira, 1 de julho de 2015

Louca eu?


Sim, louca pelos dias que nascem floridos
na inconformidade das planícies, enamoradas
pelas papoilas rubras de vida!

Sim, louca pelo perfume do por do sol
enroscado aos montes grávidos de Vénus
e pelo nascer embargado no orvalho
das madrugadas de mel!

Sim, louca pelo som dos chocalhos do gado
plantado nos prados da minha imaginação
quando a chuva de março me idolatra
num plano elevado de Olimpo, em submissão!

Sim, sou louca pelos campos de algodão
cultivados na tua pele, onde me rendo, enlevada
e me derreto de tanto, tanto bem querer!

Sim, sou louca pelo sorriso da criança refugiada
no colo quimérico antes do anoitecer, pois
sem sonhos, ninguém consegue viver!

Sim, sou louca pelo abraço puro da pureza
da amizade…lugar emblemático,
que modifica o mundo num simples engrandecer!

Sim, sou louca pelas ações acopladas aos sorrisos
onde não resta lugar prisioneiro,
beijo como o primeiro,
nem água sem leito para correr…

Sim, sou louca pela luz desse sol que segreda
magia às folhas verdes e adoradas,
enquanto poliniza as aves e as raízes
dos sonhos que voam em debandada
das mãos dos poetas…a cada poema
a acontecer.

A loucura cresce a cada hora
em segundos de palavras tentadas
pela saudade, pela solidão, pela liberdade
escrita e sublimada à potência infinita
da nossa criatividade…todos somos
música vinda do coração!

Rosa Alentejana Felisbela
01/07/2015
(imagem da net)

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