segunda-feira, 13 de julho de 2015

Autorretrato


Atrevo-me a colocar-te
nas entrelinhas
ruborizadas
do meu poema

E cubro-te de musselinas
perfumadas de alfazema...

Porque te encontras deitado
seminu
no silêncio implícito
que te murmuro ao ouvido

Descrevo-te plácido
abraçado a cada
fonema
que se entranha no prazer
lânguido

Tão lânguido
como a suavidade da gema
encostada à pele
quente de cada letra

E as palavras reverberando
de imagens metafóricas
criadas em tua homenagem,
meu Apolo pleno de magia,
de poesia…

Trajo as sílabas da cor da maçã
e incorporo os sentidos
em tons de pastel
meu…poema de rondel…

E só me importa a rima
escrita sobre a folha
de papel

E no teu corpo desnudado
na seda das entrelinhas
beijo-te no mote
flamífero do desejo
caligrafado
de mel

Sou eu teu espelho
rosado
o autorretrato lavrado
a poema de amor
em literatura de cordel.

Rosa Alentejana Felisbela
13/07/2015
(imagem da net)

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