cujo olhar se afigura com o fundo do rio
ultrapassando as rochas de águas
revoltas ribombando verdes sentimentos
ou transparecendo calma
nas margens da serenidade
cujo abraço se assemelha ao do mar
quando se enleia nos corpos amados
dos seres que o habitam e com relutância
os deixa chegar à areia das praias
cujo beijo se parece com o aflorar
do bico do beija-flor, uma e outra vez,
estimulando os grãos de pólen
e nutrindo os lábios de tanto
e tanto amor
cujas mãos imitam asas de borboletas
roçando as entranhas, colorindo
as veias num remanso cálido
afogueando o corpo sem espaço
para conter as gotas de orvalho
da manhã
cuja pele se compara ao solo
macio de uma terra fértil
e quando se une a outra
se transforma em vulcão desordeiro
dos sentidos, num transbordar
de bem-querer
cuja voz imita o som da flauta
que derrama sussurros sobre as campinas
num arrolhar de carinhos
sobre os ninhos de palavras
criados em desvelos
para serem versos soltos
versos puros
voando livres
ao abrigo das rimas
Há pessoas assim…que se amam
na lembrança de um sonho
percorrido pelos dedos
no poema.
Rosa Alentejana Felisbela
26/07/2015
(imagem da net)

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