terça-feira, 21 de abril de 2020

Estrada


Nesta estrada de vento
Onde invento
Uma fuga

Os meus passos lentos
Nem deixam a marca
Nem naquela curva

Sobre rochas me arrasto
Me amarroto e rasgo
Os dedos em ferida

São as lágrimas o rasto
Que fica
E levo a sina já lida

Num ponto me fixo
De joelhos me afasto
Sou menos que lixo

E a morte não tarda…
E o tempo fugiu…
E o frio não me larga…

Nesta estrada sinuosa
Que ninguém nunca viu!

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
21/04/2020

Sem comentários:

Enviar um comentário