domingo, 15 de setembro de 2019

De Roma


De Roma te escrevo letras ciganas. Rodo a saia colorida ao ritmo da nossa balada. Mostro o decote generoso, do meu peito apaixonado. Mas as minhas palavras gentias, não cabem no teu mundo de romance proibido. Pousas num verso, alcanças uma rima, mas voas cada vez mais alto, mais longe, mais distante. O barco onde navego naufraga-me na dor, mas nunca no tamanho. Se a minha silhueta não cabe nas tuas retinas, não insisto, nem me diminuo. Penteio os cabelos com o silêncio negro e envio-te o abraço da cinza que transforma o horizonte onde o sol se deitou em chamas. Do cimo dos meus pés descalços vejo o mundo coberto de pétalas de rosa. Sentes o perfume?

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
(imagem da net)

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