A foto aflorou
no assento do sofá
sem lembranças
anteriores
sem mágoas tolas
sem dores
como imagem
que já não há
como música
que se ouve
na velha telefonia
a recordação
de um certo dia
surgiu como clarão
num quarto
morno que reluzia
ela virada de borco
no lençol branco
ele por trás
de tronco torto
inclinado sobre ela
num carinho
de mãos indizíveis
ela vestida de suspiros
e gemidos
incontáveis
num corpo de prazer
quase morto
e a foto dobrada
no canto
e o pranto calado
na saudade do passado
a volúpia
nos olhos de ambos
nos seios
nas coxas
passando pela boca
e as palavras distantes
inaudíveis
quebradas voláteis
penetrantes
nas cores
de um verão quente
de agosto, quiçá inesquecível…
Rosa Alentejana Felisbela
27/08/2018
(imagem da net)

saudades de ti, sinto
ResponderEliminarA sério? Mas eu estou aqui, quase sempre...rsrs
ResponderEliminar