quinta-feira, 2 de agosto de 2018

A meu lado


Diz-me: existe um prazo destinado à esperança? Aquela esperança que nos salva do abismo, criada por um Deus que nunca vi, ainda subsiste? Sabes, tenho orações que os meus lábios não conseguem pronunciar perante a despedida constante do sol. Acendo velas no altar-mor, perfumo o santuário de incenso, coloco todos os dias flores frescas nas jarras da vida. Mas o fim ronda a cada dia que morre, a cada centelha que se apaga no céu deste fim do mundo. Algo me prende e diz que a tormenta passa, que mesmo sem ver devo acreditar. Vou em busca da luz pelo caminho dos eucaliptos secos, mas perfumados. Cada passo que dou é firme, pois o chão melhor fica da minha margem. Dou-te a mão, para que nos erros e acertos possamos caminhar lado a lado. Mas compensa-me com a força do sol que sabes ter, com as palavras meigas que colocas em cada poema do pensamento, faz-me acreditar e não olhar para trás. Esse caminho já foi feito. À nossa frente está o futuro, quero-te ao meu lado, por favor.

Rosa Alentejana Felisbela
02/08/2018

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