domingo, 25 de fevereiro de 2018

Parêntesis versus anuência


Quando subimos os degraus
ainda as mãos dadas
sentiam o calor dos nossos corpos

tentando abandonar o geologia
das entranhas, esquecer as grutas
os abismos da inocência perdida

até a superfície ardia de orgasmos
- à boca das palavras -
nos rituais da pele

dilacerada pelo graal
dos nossos lábios
no prazer das sílabas

o ninho, o limbo dos gemidos
agridoces no sabor da cal
do compêndio do nosso amor

sorrimos no tropeçar dos olhos
que marcaram segundos escondidos
no enfoque daquele dia…

enquanto os ponteiros
foram unânimes em marcar
a nossa ousadia

seremos
- para sempre - ilegais
na terra de alguém?

ou será que
- um dia –
iremos juntar os labirintos?

das nossas encruzilhadas
sobram abismos
- novamente -

voltaremos a pisar a mesma relva
rente aos pés - em uníssono -
mais um dia?

Não me devolvas
os parêntesis
da tua ausência

quando o que preciso
é da anuência das tréguas
do tic-tac do relógio -love me like you do!

Rosa Alentejana Felisbela
25/02/2018
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário