O perfume lavado
a sabão azul e branco
acordado p’la aurora maternal
corando ao sol de verão
amaciava as mãos
passadas em água morna
salpicava o muro de pedra
-naquele tempo tradicional-
pareciam pequenas janelas
abertas ao trigueiro trigal
acolhendo o ninho da cobra
arrancando-lhe as escamas
antigas e desajustadas
tornando-a jovial
e a cimbalária crescendo
na sombra escura infernal
era enfeite da imaginação
da criança medrando
junto ao muro desnivelado
do quintal
Rosa Alentejana Felisbela
26/02/2018
(imagem da net)

Sem comentários:
Enviar um comentário