sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O adro


Havia no adro um rasto
de poeira
benta

nos tijolos desgastados
uma labuta
lenta

os cedros emproados
acenando
do eirado

gritavam uivos sonoros
ao branco
empedrado

e os sinos no campanário
tontos
p’la revoada

vibravam ecos de brancura
pelas paredes
caiadas

apenas as vozes miúdas
quebravam velozes
o sinal

eram só corpos tenros
desconhecendo
da vida o final

Rosa Alentejana Felisbela
16/02/2018
(desconheço o autor da foto - Igreja de Nª Sª da Conceição em Beringel)

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