quinta-feira, 23 de março de 2017

entre o sagrado e o profano


Bebo dos teus lábios as palavras
sábias
essas que dizes sem pudor
vertidas das tuas doces lavras
água benta que escorre por amor

Sinto-me sede do teu segredo
abandonada ao teu favor
e que sou tua companheira
a metade da tua laranja
em flor

Da tua costela sou a primeira
a tal doce insubordinação
colhida na tua granja, a maçã
trincada sem perdão

Sinto-me o teu poema profano
a “santa” do teu andor
desfiando pétalas de engano
num orgulho usurpador

nua de verbos me entrego
ao céu paradisíaco da tua boca
oração breve, cálice aberto
troféu escrito em voz rouca…
de amor!

Rosa Alentejana Felisbela




Sem comentários:

Enviar um comentário